13 novembro 2014

Uma conexão longa em Paris...

Em setembro fiz uma viagem à Alemanha e Áustria, quando então inaugurei um sketchbook novo.
O primeiro desenho foi justo um sketch rápido da Torre Eiffel, feito durante uma conexão longa na cidade mais bonita do mundo. Que responsabilidade abrir o caderno com um tema tão significante e iconográfico!
Mas venci essa passageira sensação de desconforto, sem grandes preocupações com o resultado.

Para não ficar preocupado com o resultado eu me apoiei em duas estratégias:
A primeira, de não postar na internet os desenhos deste sketchbook! Vou falar sobre isso em novo post em breve, pois você já viu que eu transgredi à minha própria regra...tsic.
A segunda, de me sustentar na anotação que aparece na contracapa do sketchbook. Trata-se de uma espécie de manifesto que li outro dia, no blog do Urban Sketchers, em um post do incrível Fred Lynch.

São as 5 etapas do processo criativo:
  1. This is awesome!;
  2. This is tricky;
  3. This is terrible;
  4. I'm terrible;
  5. This is awesome!
Em inglês primeiro, pois foi como eu absorvi isso, e cuja forma acho muito simples e direta.
Mas vai aqui uma tradução livre, seguindo minha própria visão sobre o assunto, com as devidas explicações para cada uma delas:
  1. Isso está incrível!
  2. Isso está complicado;
  3. Isso está péssimo;
  4. Eu sou péssimo;
  5. Isso está incrível!
  1. Você e o tema, a empolgação inicial; as primeiras linhas, ainda frescas e toda a leveza do inicio do processo;
  2. Logo em seguida, ou um pouco mais adiante, quando você já cometeu alguns erros, ou quando começa a sentir que esta se perdendo e que não sabe como vai terminar;
  3. Puts...já era, estraguei a coisa toda!;
  4. E com o suposto "fracasso" do trabalho, a autocrítica chega astuta e cruel;
  5. Aí é que está a grande chave para a questão: algum tempo depois de terminado o trabalho, um novo olhar, sem o envolvimento emocional do momento, pode trazer uma grata surpresa: uma admiração pelo resultado, que nasce junto com um certo respeito pelo processo de execução e que certamente lhe trará satisfação pessoal.
Isso significa dizer que, mais do que passar a impressão de que é preciso sofrer para crescer ("no pain, no gain!"), é fundamental que o artista desenvolva a paciência e o autocontrole, para que não se desespere e desista do trabalho. Porque, afinal de contas, depois de umas horas ou até alguns dias, seu trabalho vai acabar te trazendo prazer e satisfação.
É claro que as etapas acima descritas não acontecem sempre, ou necessariamente nessa ordem, e de qualquer maneira eu estou focando no assunto de urban sketching.

Por exemplo, às vezes sinto que eu pulo a etapa 1! Ou talvez ela se restrinja ao tema em si, apenas. Ou seja, já começo 'estragando', para não dizer outra palavra.
Já aconteceu também de começar bem (etapa 1), sentir que a coisa pode degringolar (etapa 2), e ousadamente mudar de rumos, finalizando com sucesso o trabalho (etapa 5)!

Enfim, tudo é uma questão de CONVICÇÃO.

Acredito que é preciso sempre evitar as fases 3 e 4, quando tudo se coloca a perder.
Mas se isso por ventura acontecer:

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